Ibid., p. 122
The Book of Disquiet
Original: Serei o que quiser. Mas tenho que querer o que for. O êxito está em ter êxito, e não em ter condições de êxito.
Fernando Pessoa: Trending quotes (page 5)
Fernando Pessoa trending quotes. Read the latest quotes in collection“It's in an inland sea that the river of my life ended.”
Ibid.
The Book of Disquiet
Original: Foi num mar interior que o rio da minha vida findou.
“Who doesn't feel commands. He who only thinks what is required in order to win, wins.”
Ibid., p. 260
The Book of Disquiet
Original: Manda quem não sente. Vence quem pensa só o que precisa para vencer.
“Nature is the difference between the soul and God.”
Ibid., p. 150
The Book of Disquiet
Original: A natureza é a diferença entre a alma e Deus.
“I never go to where's a risk. I'm frightened of dangers down to boredom.”
Ibid., p. 96
The Book of Disquiet
Original: Nunca vou para onde há risco. tenho medo a tédio dos perigos.
“Who wants to go beyond the Bojador
Must go beyond pain.”
Poem "Mar Português", Verses 9-10
Message
Original: Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Descobri que a leitura é uma forma servil de sonhar. Se tenho de sonhar, porque não sonhar os meus próprios sonhos?
Apontamentos pessoais ["Autobiographical Notes"] (1910)
Ibid., p. 173
The Book of Disquiet
Original: Na vida de hoje, o mundo só pertence aos estúpidos, aos insensíveis e aos agitados. O direito a viver e a triunfar conquista-se hoje quase pelos mesmos processos por que se conquista o internamento num manicómio: a incapacidade de pensar, a amoralidade e a hiperexcitação.
Ibid., p. 59
The Book of Disquiet
Original: Durmo e desdurmo.
Do outro lado de mim, lá para trás de onde jazo, o silêncio da casa toca no infinito. Oiço cair o tempo, gota a gota, e nenhuma gota que cai se ouve cair.
“Love is essential. Sex, a mere accident.”
O amor é que é essencial.
O sexo é só um acidente.
Poem (5 April 1935), reported in Poesias inéditas (1930-1935), p. 192
<p>Sou um guardador de rebanhos.
O rebanho é os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.
Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la
E comer um fruto é saber-lhe o sentido.</p><p>Por isso quando num dia de calor
Me sinto triste de gozá-lo tanto,
E me deito ao comprido na erva,
E fecho os olhos quentes,
Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,
Sei a verdade e sou feliz.</p>
Alberto Caeiro (heteronym), O Guardador de Rebanhos ("The Keeper of Sheep"), IX — in A Little Larger Than the Entire Universe, trans. Richard Zenith (Penguin, 2006)
Poem "O Mostrengo" http://www.inverso.pt/Mensagem/MarPortugues/mostrengo.htm, lines 1–9, trans. Charles Eglington ( Listen to the poem on YouTube https://www.youtube.com/watch?v=L5Ihd-ECpYM)
Message
“Not pleasure, not glory, not power: freedom, only freedom.”
Ibid., p. 62
The Book of Disquiet
Original: Não o prazer, não a glória, não o poder: a liberdade, unicamente a liberdade.
“Having touched Christ's feet is not an excuse for punctuation mistakes.”
A Factless Autobiography, Richard Zenith Edition, Lisbon, 2006, p 229
The Book of Disquiet
Original: O ter tocado os pés de Cristo não é desculpa para defeitos de pontuação.
<p>À dolorosa luz das grandes lâmpadas eléctricas da fábrica
Tenho febre e escrevo.
Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto,
Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos.</p><p>Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno!
Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria!
Em fúria fora e dentro de mim,
Por todos os meus nervos dissecados fora,
Por todas as papilas fora de tudo com que eu sinto!
Tenho os lábios secos, ó grandes ruídos modernos,
De vos ouvir demasiadamente de perto,
E arde-me a cabeça de vos querer cantar com um excesso
De expressão de todas as minhas sensações,
Com um excesso contemporâneo de vós, ó máquinas!</p>
Álvaro de Campos (heteronym), Ode Triunfal ["Triumphal Ode"] (1914), in A Little Larger Than the Entire Universe, trans. Richard Zenith (Penguin, 2006)
“I reread? I lied! I don't dare to reread. I cannot reread. What's the point, for me, in rereading?”
Ibid.
The Book of Disquiet
Original: Releio? Menti! Não ouso reler. Não posso reler. De que me serve reler?
Ah a frescura na face de não cumprir um dever!
Faltar é positivamente estar no campo!
Que refúgio o não se poder ter confiança em nós!
Respiro melhor agora que passaram as horas dos encontros,
Faltei a todos, com uma deliberação do desleixo,
Fiquei esperando a vontade de ir para lá, que'eu saberia que não vinha.
Sou livre, contra a sociedade organizada e vestida.
Estou nu, e mergulho na água da minha imaginação.
E tarde para eu estar em qualquer dos dois pontos onde estaria à mesma hora,
Deliberadamente à mesma hora...
Está bem, ficarei aqui sonhando versos e sorrindo em itálico.
É tão engraçada esta parte assistente da vida!
Até não consigo acender o cigarro seguinte... Se é um gesto,
Fique com os outros, que me esperam, no desencontro que é a vida.
Álvaro de Campos (heteronym), "A Frescura" (1929), in Fernando Pessoa & Co: Selected Poems, trans. Richard Zenith (Grove Press, 1998)
Ibid., p. 266
The Book of Disquiet
Original: Irrita-me a felicidade de todos estes homens que não sabem que são infelizes.[...] Por isto, contudo, amo-os a todos. Meus queridos vegetais!
Ibid., p. 13
The Education of the Stoic
“I exempt you of being present in my idea of you.”
Ibid., p. 290
The Book of Disquiet
Original: Dispenso-a de comparecer na minha ideia de si.