Os sentimentos que mais doem, as emoções que mais pungem, são os que são absurdos – a ânsia de coisas impossíveis, precisamente porque são impossíveis, a saudade do que nunca houve, o desejo do que poderia ter sido, a mágoa de não ser outro, a insatisfação da existência do mundo. Todos estes meios tons da consciencia da alma criam em nós uma paisagem dolorida, um eterno sol-pôr do que somos.
The Book of Disquietude, trans. Richard Zenith, text 196
Fernando Pessoa: Trending quotes
Fernando Pessoa trending quotes. Read the latest quotes in collection
“Oh salty sea, how much of your salt
are tears of Portugal!”
Poem "Mar Português", Verses 1-2
Message
Original: Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
“Given that we cannot know all the elements in a problem, we never can solve it.”
Ibid., p. 282
The Book of Disquiet
Original: Como nunca podemos conhecer todos os elementos de uma questão, nunca a podemos resolver.
“All beginnings are involuntary.”
Poem "O Conde D. Henrique", verse 1
Message
Original: Todo começo é involuntário.
“Art consists in making others feel what we feel.”
Ibid., p. 231
The Book of Disquiet
Original: A arte consiste em fazer os outros sentir o que nós sentimos.
The Book of Disquiet
Original: "Qualquer estrada", disse Carlyle, "até esta estrada de Entepfuhl, te leva até ao fim do mundo". Mas a estrada de Entepfuhl, se for seguida toda, e até ao fim, volta a Entepfuhl; de modo que o Entepfuhl, onde já estávamo, é aquele mesmo fim do mundo que íamos buscar.
Ibid., p. 142
“My head and the universe ache me.”
Ibid.
The Book of Disquiet
Original: Doem-me a cabeça e o universo.
Ibid., p. 140
The Book of Disquiet
Original: Busco-me e não me encontro. Pertenço a horas crisântemos, nítidas em alongamentos de jarros. Deus fez da minha alma uma coisa decorativa.
“I'm all those things, even though I don't want to, in the confuse depth of my fatal sensibility.”
Ibid., p. 58
The Book of Disquiet
Original: Sou todas essa coisas, embora o não queira, no fundo confuso da minha sensibilidade fatal.
Ibid., p. 69
The Book of Disquiet
Original: Há um cansaço da inteligência abstracta, e é o mais horroroso dos cansaços. Não pesa como o cansaço do corpo, nem inquieta como o cansaço do conhecimento e da emoção. É um peso da consciência do mundo, um não poder respirar da alma.
“Property isn't theft: it's nothing.”
Ibid.
The Book of Disquiet
Original: A propriedade não é roubo: não é nada.
Ibid., p. 201
The Book of Disquiet
Original: Meu Deus, meu Deus, a quem assisto? Quantos sou? Quem é eu? O que é este intervalo que há entre mim e mim?
“I'd like to be in the country so that I'd could like being in the city.”
Ibid., p. 367
The Book of Disquiet
Original: Gostava de estar no campo para poder gostar de estar na cidade.
Ibid., p. 56
The Book of Disquiet
Original: Tenho neste momento tantos pensamentos fundamentais, tantas coisas verdadeiramente metafísicas para dizer, que me canso de repente, e decido não escrever mais, não pensar mais, mas deixar que a febre de dizer me dê sono, e eu faça festas, como a um gato, a tudo quanto poderia ter dito.
Ibid., p. 50
The Book of Disquiet
Original: Um tédio que inclui a antecipação só de mais tédio; a pena, já, de amanhã ter pena de ter tido pena hoje.
“To narrate is to create, for living is just being lived.”
Ibid.
The Book of Disquiet
Original: Narrar é criar, pois viver é apenas ser vivido.
Ibid., p. 238
The Book of Disquiet
Original: O olfacto é uma vista estranha. Evoca paisagens sentimentais por um desenhar súbito do subconsciente.
The Education of the Stoic: The Only Manuscript of the Baron of Teive, Exact Change, Cambridge, 2005, p. 5
The Education of the Stoic
“Irony is the first hint that consciousness became conscious.”
Ibid., p. 151
The Book of Disquiet
Original: A ironia é o primeiro indício de que a consciência se tornou consciente.
“My joy is as painful as my pain.”
Ibid., p. 100
The Book of Disquiet
Original: A minha alegria é tão dolorosa como a minha dor.