Fernando Pessoa: Quotes about dreams
Fernando Pessoa was Portuguese poet, writer, literary critic, translator, publisher and philosopher. Explore interesting quotes on dreams.Source: The Book of Disquiet
Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
Álvaro de Campos (heteronym), Tabacaria ["The Tobacconist's" or "The Tobacco Shop"] (15 January 1928)
Variant translations:
I am nothing.
Never shall be anything.
Cannot will to be anything.
This apart, I have in me all the dreams of the world.
trans. Jonathan Griffin, in Selected Poems (Penguin Books, 1974), p. 111
I am not nothing.
I will never be nothing.
I cannot ever want to be nothing.
Apart from that, I have in me all the dreams of the world.
In Webster's New World Dictionary of Quotations (2005), p. 649
I am nothing.
I shall never be anything.
I cannot even wish to be anything.
Apart from this, I have within me all the dreams of the world.
Variant: I am nothing.
I will never be anything.
I cannot wish to be anything.
Bar that, I have in me all the dreams of the world.
Source: The Selected Prose of Fernando Pessoa
Ibid., p. 89
The Book of Disquiet
Original: A civilização consiste em dar a qualquer coisa um nome que lhe não compete, e depois sonhar sobre o resultado. E realmente o nome falso e o sonho verdadeiro criam uma nova realidade. O objecto torna-se realmente outro, porque o tornámos outro. Manufacturamos realidades.
O único sentido oculto das coisas
É elas não terem sentido oculto nenhum,
É mais estranho do que todas as estranhezas
E do que os sonhos de todos os poetas
E os pensamentos de todos os filósofos,
Que as coisas sejam realmente o que parecem ser
E não haja nada que compreender.
Sim, eis o que os meus sentidos aprenderam sozinhos:—
As coisas não têm significação: têm existência.
As coisas são o único sentido oculto das coisas.
Alberto Caeiro (heteronym), O Guardador de Rebanhos ("The Keeper of Sheep"), XXXIX, trans. Richard Zenith.
“My dreams are a stupid refuge, like an umbrella against a thunderbolt.”
Ibid., p. 101
The Book of Disquiet
Original: Os meus sonhos são um refúgio estúpido, como um guarda-chuva contra um raio.
“Destiny gave me only two things: a few accounting books and the gift of dreaming.”
Ibid.
The Book of Disquiet
Original: Duas coisas só me deu o Destino: uns livros de contabilidade e o dom de sonhar.
Ah a frescura na face de não cumprir um dever!
Faltar é positivamente estar no campo!
Que refúgio o não se poder ter confiança em nós!
Respiro melhor agora que passaram as horas dos encontros,
Faltei a todos, com uma deliberação do desleixo,
Fiquei esperando a vontade de ir para lá, que'eu saberia que não vinha.
Sou livre, contra a sociedade organizada e vestida.
Estou nu, e mergulho na água da minha imaginação.
E tarde para eu estar em qualquer dos dois pontos onde estaria à mesma hora,
Deliberadamente à mesma hora...
Está bem, ficarei aqui sonhando versos e sorrindo em itálico.
É tão engraçada esta parte assistente da vida!
Até não consigo acender o cigarro seguinte... Se é um gesto,
Fique com os outros, que me esperam, no desencontro que é a vida.
Álvaro de Campos (heteronym), "A Frescura" (1929), in Fernando Pessoa & Co: Selected Poems, trans. Richard Zenith (Grove Press, 1998)
Descobri que a leitura é uma forma servil de sonhar. Se tenho de sonhar, porque não sonhar os meus próprios sonhos?
Apontamentos pessoais ["Autobiographical Notes"] (1910)
“God wills, man dreams, the work is born.”
Poem "O Infante", verse 1.
Message
Original: Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.
“Knowing not to have illusions is absolutely necessary in order to have dreams.”
Ibid., p. 276
The Book of Disquiet
Original: Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos.